Compramos camisetas em uma infinidade de lugares com muita facilidade, pois ela é um dos itens mais populares do mundo. Mas você já parou para pensar na importância desse objeto, como surgiu, e a história por trás dessa peça indispensável?
UM RESUMO DA HISTÓRIA DA CAMISETA

As 1ªs camisetas surgiram no guarda-roupa masculino, lá pelo século 20. Especula-se que ela nasceu da evolução das union suits, roupa íntima feita de linho que cobria todo corpo e era usada por trabalhadores. Na época, a camiseta possuía golas mais largas e mangas mais curtas.
Era uma roupa prática no inverno, mas muito quente durante o verão. Foi aí que alguns homens tiveram a ideia de cortá-la pela metade, dando origem à uma espécie de pijama em duas partes, passando-a chamar de “long johns“.
Porém, até chegar ao que conhecemos hoje houve um longo caminho pela frente. No século 19, os fabricantes começaram a explorar outros tecidos flexíveis para tornar o produto mais confortável. Mesmo com vários testes, as peças não eram consideradas casuais e ainda eram usadas como roupa de baixo.
Em algum momento, os fabricantes decidiram ajustá-la com material elástico permitindo deslizar facilmente o tecido sobre a cabeça, deixando-a sem botões. As pessoas ficaram fascinadas com a ideia – e até começaram a vestir a peça em público! O uso se espalhou em vários estados americanos que aprovaram leis proibindo as “roupas íntimas” em público.

Foi apenas na 1904 que a marca Cooper Underwear Company lançou a camiseta como “camisa dos solteiros” em sua principal campanha de marketing. Pouco tempo depois, o produto se transformaria no que conhecemos hoje.
A camiseta foi reconhecida (1913) como uniforme oficial da Marinha dos Estados Unidos, ficou famosa no Exército Americano e bastante popular na década de 60, e até ganhou o nome de “T-Shirt”, como forma de expressão dos jovens que levavam seus recados no peito.
Devido à aceitação de roupas mais folgadas ao longo das décadas, há evidências de que as mulheres aqui começavam a usar camisetas tradicionais silenciosamente já na década de 1920, mas foi na 2ª Guerra Mundial que se tornaram populares entre elas.
As camisetas femininas começaram a aparecer à venda nos anos 50 nos catálogos da Sears. As mulheres com suas camisetas finalmente estavam surgindo – e isso era uma revolução total.
A DÉCADA DE 60 E SUA IMPORTÂNCIA PARA O QUE VIVEMOS HOJE
A década de 60 foi marcada pela revalorização dos “objetos” da sociedade industrial, que então ganharam status de manifestações artísticas. É o caso dos posters, dos quadrinhos, da camiseta e da própria moda. Foi só a partir daí que a camiseta foi adotada pela juventude como símbolo de contestação.
As cores usadas foram ampliadas, assim como os tecidos. Logo foram surgindo camisetas estampadas, feitas a partir das mais diversas técnicas e depois disso, não houve mais limites na moda.

Em total sincronia, artistas da geração underground, que descobriram a força dos quadrinhos, jovens ao som do rock’n’roll, ao ronco das motos, os artesões hippies, todos elegeram a camiseta como roupa universal, fazendo surgir novos valores ao consumidor diante daquele item “fashion”.
A CAMISETA COMO NOVO VEÍCULO PARA SUA EXPRESSÃO
Com o advento da moda unissex em 60, a camiseta tornou-se tanto símbolo de virilidade quanto de feminilidade. Nas ruas de Copacabana, os precursores desse estilo eram uma tendência na época. Tem algo a dizer? Em vez disso, imprima-o.

Com o passar do tempo, a publicidade enxergou nessas peças verdadeiros outdoors ambulantes, e foi assim que artistas plásticos, marcas, designers e criativos tornaram a peça acima de tudo algo ligado a ousadia, expressão e criatividade.
Ela também nos liga a sonhos a ideais. De fato, como é uma roupa mais simples, mais direta, também oferece uma integração maior com o corpo, participa de movimentos ecológicos, da luta pelo respeito negro, das mulheres.

E por falar em mulheres, os anos 80 foram importantes para elas. Tanto quanto falamos em arte quanto em moda, liberdade e expressão. Artistas nessa época começaram a fazer experimentações usando o material como tela e inspiração, e desde então a ideia nunca mais foi desvinculada do conceito.
Nos anos 90, a camiseta passa a ser usada por qualquer um na sociedade, sem necessariamente ter comprometimento com causas, ideologias, sexo ou faixa etária.

Indianápolis, junho de 2016. Foto Steve Baker, via Flickr
A VESTIMENTA MAIS DEMOCRÁTICA
Hoje, são inúmeras lojas, marcas, artistas independentes que trabalham a camiseta customizando a sua mensagem, que é a palavra de ordem. Cada um pode expressar o que pensa e sente através de estampas autorais – e é preciso se diferenciar e se identificar com o que você veste – cada dia mais.
É o caso da El Cabriton que neste mês de março, para relembrar a luta pelos Direitos Iguais de todas aquelas que não se calaram, lança uma coleção exclusiva e maravilhosa com 5 artistas para reverenciar o poder das Mães!

5 artistas maravilhosas uma coleção para reverenciar as mães: O Poder da Mãe

“[A camiseta] é uma maneira realmente básica de dizer ao mundo quem e o que você é.” – Dennis Nothdruft – Curador do Fashion and Textile Museum, Londres

Com a camiseta, nenhuma outra peça consegue essa funcionalidade e liberdade de expressão. Negar a sua força é a maior falha.
Mas o que torna a camiseta tão especial e por que ela existe há tanto tempo? Além de sua capacidade de ininterrupção, sua simplicidade, sua forma básica, ela não tem gênero: é a vestimenta mais democrática até os dias de hoje.







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