Azevedudu ou Dudu Azevedo, de 28 anos nasceu em Campo Grande- MS e hoje mora em São Paulo . Estudou arquitetura e urbanismo e fez mestrado em Comunicação Social.

Apesar de quadrinista hoje em dia, cresceu influenciado bem mais por animação do que por quadrinhos.

 “Fui uma criança dos anos 2000. Acordava bem cedo para assistir à primeira sessão de desenhos da TV aberta, onde passavam os clássicos da Hanna-Barbera, Disney e Warner Brothers. Via desenhos como Os Flintstones, Looney Tunes, Scooby-Doo, Pica-Pau e Manda-Chuva. Cresci, assim, assistindo a desenhos que não eram muito contemporâneos, mas que, de alguma forma, têm um tom quase atemporal, no sentido de que muitos dos fundamentos da animação e do cartoon foram inventados ali.”

foto @azevedudu

O artista é o responsável pelo poster e comunicação dessa edição do Festival El Cabriton. O poster, super colorido, traz diversos personagens habitando a Casa El Cabriton e o Festival.

” A ideia partiu do slogan “uma feira estranha” — e foi daí que nasceu essa ilustração cheia de cores e elementos, que se passa ali na Rua Fortunato, em Santa Cecília. Montei um desfile meio maluco, cheio de bichos esquisitos e criaturas surreais, buscando traduzir esse espírito lúdico do festival. A ilustração foi pensada pra ser modular, então a galera pode usar os personagens e os elementos como adesivos, estampas e peças pra vários materiais. Tudo pra criar uma linguagem visual que tem unidade, mas sem ficar engessada — bem livre, do jeitinho que é o festival.”


Vamos conhecer um pouco mais do artista? Acompanhe nosso bate-papo a seguir:


Qual foi sua primeira lembrança relacionada a arte?
Minha primeira experiência com a arte foi tentar reproduzir em desenho os personagens desses desenhos e, eventualmente, inventar os meus. Acho que, se essa experiência infantil influencia meu trabalho hoje, é no tom nostálgico que acompanha meu trabalho. Sempre priorizo paletas de cores com tons primários ou neons, preenchimentos chapados, sem muita textura, linhas fortes e designs de personagens que dizem bastante com pouco, que fazem referência a eras passadas tanto da animação como dos quadrinhos, ilustração e design.

foto @juu_rod

⁠Quando você descobriu que queria ser artista?
Gosto de dizer que desenho desde que me conheço por gente. Mas acho que parte do trabalho do artista, além de produzir, é tornar pública a sua criação, para que alguém possa dialogar com seu trabalho. Assim, considero esse início lá por volta de 2018, quando comecei a criar coragem de expor meu trabalho por aí, físico e digitalmente. Mas artista eu sempre quis ser.

Como é o seu processo criativo?
Depende do que estou criando. Os desenhos que faço para mim mesmo acabam surgindo espontaneamente nos rabiscos, direto no papel. Quando estou trabalhando em uma série, uma novela gráfica ou em um projeto de ilustração ou design, como foi o caso de El Cabriton, eu geralmente mesclo esses rabiscos com muita pesquisa. No geral, resumiria meu processo criativo em um vai e vem entre experimentação e pesquisa/refinamento. Acredito nesse equilíbrio entre naturalidade/improviso e controle/rigor.

Testes de tipografia do poster
A base do desenho feita inspirada na Casa El Cabriton


Você trabalha mais no digital ou no analógico? Você costuma usar quais ferramentas?
O início sempre fica no analógico. Gosto muito do desenho no papel como ferramenta de pensamento e experimentação. Mas, assim que as ideias vão tomando corpo, eu já vou para o digital. Então fica também num vai e vem, mas diria que a maior parte do trabalho é feita no digital. No digital, as ferramentas que eu uso são principalmente o Procreate e o Adobe Illustrator.

Teste de paleta de cores

Quem você admira?
No geral, meus artistas e autores favoritos são sempre os do circuito independente e com foco em trabalho autobiográfico ou experimental. Nos quadrinhos, admiro muito Lourenço Mutarelli, Marjane Satrapi, Craig Thompson, e meus animadores favoritos são Don Hertzfeldt e Jan Švankmajer. Meu cartunista favorito do momento (acabei de descobrir) é Edward Lear.

Gosta de ouvir música enquanto está trabalhando? O quê?
Sim, gosto. É difícil responder essa porque varia muito. Escuto um pouco de tudo, mas, geralmente, quando é pra desenhar, vou pra algo mais nesse caminho, tipo um jazz.

Artes autorais

Qual foi a última coisa que você desenhou?
Recentemente, finalizei uma HQ curta para a Ugra Press que será lançada em breve. A história se chamará Homem-Mosquito e é uma sátira que brinca com a ideia de super-heróis, mas trazendo para o contexto de precarização financeira e profissional do período em que vivemos. Mas a última coisa que desenhei foi um mini livro ilustrado que vou publicar de forma independente — uma história bem onírica, com desenhos bem simples, que funciona como um passeio dentro de um sonho.

⁠Você é um consumidor de arte?
Infelizmente (para minha conta bancária), a feirinha é sempre um lugar tentador.


O artista estará presente no Festival El Cabriton!! Vem visitar ele e mais 120 artistas que estarão por aqui!!

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