Ilustrador, quadrinista e autor de Wilson Lanchão n° 2, Giovanne Machado, mais conhecido na web como Cosm, tem conquistado um lugar único no cenário dos HQs. Nascido nos anos 90 em São Bernardo do Campo, SP, quando criança, adorava assistir desenhos na TV.

Como sua família mudava bastante de casa – às vezes até de cidade, ao invés de jogar bola ou empinar pipa na rua, preferia ficar sozinho com lápis e papel. Assim que chegava em uma nova escola, eram as respostas das seguintes perguntas que o aproximavam de novos amigos: “- Você assiste Dragon Ball? Digimon? Pokémon?”

Arte de rua na produção de cartuns

Giovanne também curtia colecionar revistas de heróis e tinha como sonho ter sua banca de jornal quando adulto, para poder ler o quanto e o que quisesse.

Conforme foi ficando mais velho, descobriu a cultura de rua, a contracultura, a música, o rock, o hip-hop, o skate, os rolês e a maconha.

Os quadrinhos ainda não haviam entrado em sua vida, mas logo se envolveu com a pixação. Com foco no grafite e depois na ilustração, os assuntos e experiências de seu dia a dia começaram a aparecer em seus desenhos.

Cosm então conheceu outras pessoas que desenhavam. Com estes caras, passou a explorar o trow-up, o bomb, já com uma pegada mais artística, até chegar aos cartuns.

Posicionamento político e evolução do trabalho

Além de explorar o cotidiano, com a vitória de Bolsonaro, em 2018, seus desenhos chegaram ao cunho político, uma grande mudança de chave e evolução em seus trabalhos.

Em entrevista ao podcast Piratas do Mangue, o artista conta que precisava discutir o que estava sendo vivenciado de alguma forma, e que os absurdos daquele governo não poderiam ser deixados de lado.

“Não sou bom com as palavras, não escrevo bem, então precisava desenhar. Era a minha forma de colocar pro mundo meu posicionamento”.

Arte como forma de protesto na era das redes sociais

Em busca de autoconhecimento e uma criação cada vez mais autoral, Giovanne viu no humor uma ótima ferramenta de estímulo à mensagens sociais. Foi quando percebeu que as pessoas buscavam seu trabalho mais pelas ideias compartilhadas do que traços perfeitos ou estética.

Durante o processo criativo, transita pensamentos da mente para o papel, permitindo que as linhas tortas, marcas de lápis e letras livres se manifestem de forma orgânica. Esses elementos não são mais vistos como falhas, mas sim como parte essencial da sua identidade artística.

Hoje é muito massa saber que influencio uma pessoa através de meus desenhos. Me orgulho demais por fazer parte desta cena artística.

Wilson Lanchão 2

Convidado pelo quadrinista e editor Lobo Ramirez, Giovanne Machado é o artista responsável pelo Wilson Lanchão 2, quadrinho que conta a saga do personagem podre de fast-food, grande herói do nudismo.

As 50 páginas que precisava entregar para a edição se tornaram 108, escritas e desenhadas em apenas 4 meses. “As referências estavam tão grudadas na minha mente, que só desenhei”, comenta o artista.

Wilson Lanchão #02 (Giovanne Machado)

Não meta o loco! Com EL CABRITON

As ilustrações de Giovanne Machado fazem tanto sucesso que também acabaram virando estampas exclusivas aqui na El Cabriton

Não Meta o Loco – Camiseta Basicona Unissex
Música Brasileira, a Melhor – Bolsa de Lona

Acompanhe o trabalho de Giovane Machado, @1cosm, no Instagram.

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