Multiartista, Pati Rigon trabalha com pinturas à óleo hiperrealistas, ilustrações, graffitis e tatuagens, além de ser modelo e militante intersexo. Natural de Cachoeira do Sul, ela se formou em Design pela UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pela POLITO – Politécnica de Torino (Itália). 

Desde cedo, Pati conta que sentia uma energia criativa que a impulsionava a observar e explorar o mundo ao seu redor. Traduzir essa percepção em desenhos era seu passatempo favorito. Com o tempo, de forma leve e divertida, foi aprimorando seus traços, até alcançar um nível intuitivo em suas criações. 

Em 2009, foi morar na Itália e ficou admirada pela história da arte, pelos grandes mestres e suas técnicas. Ao retornar para o Brasil, decidiu que era hora de dar um passo a mais e resolveu se aventurar pela pintura a óleo. De forma autodidata e despretensiosa, Pati deu início a pinturas realistas/hiperrealistas. 

Com o passar do tempo foi aprendendo com a prática; com os erros, buscava soluções que permitiam cada vez mais trabalhos incríveis. Em 2015, fez sua 1ª exposição em Porto Alegre, e desde então tem sido convidada para participar de festivais, exposições, ações, no Brasil e pelo mundo. 

Autoexpressão pelas cores

Logo, sua arte virou linguagem para falar sobre a descoberta e a jornada de sua intersexualidade. Com os grafittis e murais enormes, encontrou nas cores e traços uma maneira única de mostrar sua caminhada, abrir diálogos sobre orgulho, mudanças e transformar sua história em representatividade.

Hoje, a artista ocupa um espaço importante e reconhece que muitas outras pessoas podem se inspirar com seu exemplo. Um trabalho super significativo neste contexto foi o mural de 14 andares no centro de São Paulo, em homenagem a luta LGBTQI+  e a resistência de pessoas trans no Brasil. 

Pati acredita que a presença LGBTQI+ no cenário cultural contemporâneo é fundamental para quebrarmos velhos preconceitos e tabus, para levantarmos novos diálogos e caminharmos além da cis-heteronormatividade.

“A arte abre espaço para que cada vez mais pessoas, em toda a pluralidade humana, sintam seus corpos e suas existências sendo retratadas e representadas de forma digna”. – Pati Rigon

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